sexta-feira, 24 de setembro de 2010

“Obediência Civil”

Obs.: usar calça jeans azul, camisa ou camiseta branca e tênis.

Esta simples sentença lida em um pequeno papel um dia antes de comparecer a cerimonia cívica de dispensa militar puxou um gatilho na minha cabeça. Lavagem cerebral é um dos “adjetivos” que logo atribui após tal evento. A ideia de sociedade perfeita, padronizada é empurrada a jovens de na maioria 18 anos sem ao menos hesitar. Constitua uma família modelo, trabalhe sua vida inteira sem olhar para o lado, acumule bens para obter o respeito de seus semelhantes e se no meio desta jornada nosso querido País necessitar de seus serviços largue tudo isso, pois afinal defender a pátria é nosso dever primário.

O pior de tudo isso foi olhar para o lado e ver que ninguém ou quase ninguém prestava atenção as palavras que o pequeno General entoava a plenos pulmões e logo, ninguém fazia o mínimo esforço de se identificar ou indignar-se com tais palavras, como no meu caso. O momento de maior demonstração de interação aconteceu quando um dos cerca de 500 jovens perfilados como um batalhão em sentido caiu ao chão desmaiado.

Mas o pior de tudo mesmo é sentir a necessidade de usar aspas no título deste texto para de algum jeito tentar expressar o que ele realmente expressa ou quem a ele realmente faz referência.

Dito isto, digo: Pinte seu bigode.

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